terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um Sacerdócio regido por preces ao Doce Senhor


Dom Guilherme Emmanuel Ketteler (1811-1877), bispo alemão, famoso por sua vasta cultura e influência na Igreja e na sociedade de seu pais, encontrou-se, em 1869, com um outro bispo. Diante dos elogios que ouviu do colega, Dom Ketteler lhe respondeu: “Tudo o que fiz, consegui realizar com a ajuda de Deus. Devo isso às preces e aos sacrifícios de uma pessoa que não conheço. A única coisa que sei é que alguém ofereceu a Deus sua vida em sacrifício por mim e, graças a isso, tornei-me sacerdote”. E continuou: “Eu nunca havia pensado em ser padre. Quando cursava a Faculdade de Direito, sonhava exercer uma profissão que me desse condições de, rapidamente, conseguir fama e muito dinheiro. Um fato extraordinário, porém, levou minha vida em outra direção.
Uma noite, estava sozinho em meu quarto e fazia grandes planos. De repente, não sei o que aconteceu; não sei se estava acordado ou não; não sei nem dizer se o que vi foi realidade ou sonho. Só de uma coisa eu sei: o que vi mudou radicalmente o rumo de minha vida. De forma nítida, vi Cristo numa nuvem, acima de mim, envolto em luz. Mostrava-me seu Sagrado Coração. Diante dele estava uma freira ajoelhada, com as mãos erguidas em posição de intercessão. Ouvi, então, Jesus me dizer: ‘Ela reza por ti sem cessar!’ Vi com clareza o rosto da religiosa; sua fisionomia me impressionou tanto que ainda hoje a tenho diante de meus olhos Ela me parecia uma pessoa muito simples. Sua roupa era pobre e grosseira, suas mãos eram avermelhadas e cheias de calos. Qualquer coisa que tenha sido aquilo, sonho ou não, foi para mim um fato extraordinário, pois fui atingido no mais íntimo de meu coração e, a partir daquele momento, resolvi consagrar-me inteiramente a Deus no serviço sacerdotal.
Recolhi-me num mosteiro para um retiro e conversei sobre isso com meu confessor. Aos trinta anos, comecei, então, os estudos de teologia. O resto, você já conhece. Se agora você diz que tenho feito muita coisa boa e importante, sabe de quem é o mérito: daquela religiosa que rezou por mim, talvez sem mesmo me conhecer. Tenho certeza de que não só rezou por mim, mas que ainda reza. Sem suas orações, não teria conseguido fazer o que Deus queria que eu fizesse.”
O colega bispo, então, lhe perguntou: “Você tem idéia de quem é essa pessoa que reza em suas intenções e onde ela vive?” “Não! Mas peço a Deus que a abençoe e, se ainda estiver viva, que lhe dê mil vezes mais o que deu a mim”.

A irmã do estábulo
No dia seguinte, Dom Ketteler foi visitar um convento de freiras numa cidade próxima. Ali, celebrou a santa Missa para a comunidade. Quando estava terminando a distribuição da Comunhão, seu olhar se fixou numa das religiosas. Ficou surpreso com o que viu, mas não o demonstrou e, calmamente, terminou a celebração. Após o café, Dom Ketteler pediu à Madre Superiora que lhe apresentasse as religiosas, no que foi atendido. Ele as cumprimentou atentamente, mas não viu aquela que estava procurando. Em voz baixa, dirigiu-se à Madre: “Estão aqui todas as irmãs?” Ela, olhando o grupo, lhe respondeu: “Excelência, chamei todas, mas, de fato, falta uma!” “E porque não veio?” A Madre lhe respondeu:. “Ela cuida do estábulo, e de maneira tão exemplar que, às vezes, até se esquece das outras coisas.” “Desejo conhecer esta irmã”, disse-lhe o bispo. Pouco depois, a freira chegou e lhe foi apresentada. Ao vê-la, ele novamente ficou surpreso e, após ter dirigido algumas palavras a todas as religiosas, pediu para ficar a sós com a que chegara. “Você me conhece?” perguntou-lhe. “Excelência, eu nunca o vi!”, respondeu-lhe a religiosa. “Por acaso, você rezou e ofereceu boas obras por mim?”, quis saber Dom Ketteler. “Não tenho consciência disso, pois nem sabia da existência de Vossa Excelência!”, ela lhe respondeu. O bispo ficou alguns instantes imóvel, em silêncio; depois, fez outras perguntas: “Quais devoções que você mais ama e pratica com maior frequência?” “A devoção ao Sagrado Coração”, respondeu-lhe prontamente a irmã. “Parece que você tem o trabalho mais pesado de todo o convento!” continuou o bispo. “Ó, não, Excelência! É verdade, sim, que às vezes ele me repugna!” “Então, o que você faz quando tem vontade de desanimar?” “Acostumei-me a enfrentar, por amor a Deus, com zelo e alegria, todas as tarefas que me custam muito e depois ofereço-as por uma pessoa no mundo. Deixo para o bom Deus escolher a quem quer aplicar aquele ato de amor; eu não quero saber para quem o aplica. Também ofereço a hora da Adoração ao Santíssimo, à noite, das vinte às vinte e uma horas, nessa intenção.” “E como teve a idéia de oferecer tudo isso por uma pessoa?”, voltou a lhe interrogar o bispo. “É um costume que eu já tinha quando ainda vivia em casa. Na escola, o Pároco nos ensinou que deveríamos rezar pelos outros como se faz para os próprios parentes. E acrescentava: ´É preciso rezar muito por aqueles que correm o risco de se perderem para a eternidade. Mas visto que só Deus sabe quem tem mais necessidade, a melhor coisa que podemos fazer é oferecer as orações ao Sagrado Coração de Jesus, confiantes em sua sabedoria e onisciência’. E assim eu faço, tendo a certeza de que Deus encontra a pessoa certa para aplicar minhas orações e sacrifícios!”

Dia do aniversário e da conversão
“Quantos anos você tem?”, perguntou-lhe o bispo. “Trinta e três anos, Excelência”. Mais uma vez surpreso, ele quis saber: “Quando você nasceu?” A religiosa lhe disse o dia de seu nascimento. Dom Kettleler não podia acreditar: tratava-se exatamente do dia de sua conversão! Ele a vira exatamente assim, à sua frente, como estava naquele momento. “Você não sabe se suas preces e seus sacrifícios tiveram sucesso?” “Não, Excelência” “E não gostaria de saber?” “O bom Deus sabe quando fazemos algo de bom; isso me basta”, foi a simples resposta. O Bispo estava emocionado: “Então, pelo amor de Deus, continue a agir como está agindo!”
A religiosa ajoelhou-se à sua frente e lhe pediu a bênção. Dom Ketteler levantou solenemente as mãos e, com profunda emoção, a abençoou. Terminada a bênção, ela disse: “Amém!” E se afastou.
Congregatio pro clericis pp. 26-28

sábado, 25 de setembro de 2010

Santa Teresa dos Andes - Fascinada por Deus


“Que felicidade! Como sou feliz em sacrificar tudo por Deus! Tudo não é nada em comparação com o que Nosso Senhor sacrificou por nós desde o berço até a cruz; desde a cruz até aniquilar-se inteiramente sob a forma de pão. Ele, um Deus, sob as espécies de pão e até a consumação dos séculos. Que grandeza de amor infinito! Amor não conhecido, amor não correspondido pela maioria dos homens.Como quisera comunicar-te meus sentimentos! Como quisera fazer-te ver o horizonte infinito, belíssimo, incriado, que vivo contemplando! Amo a Deus mil vezes mais que antes, porque antes não o conhecia. Ele se revela e se mostra cada vez mais à alma que o busca sinceramente e que deseja conhecê-lo para amá-lo. Tudo o que é da terra me parece cada vez menor, mais miserável diante desta Divindade que, como Sol infinito, vai iluminando com seus raios minha alma miserável. Oh! Se por um instante pudesses penetrar-me até o íntimo, me verias presa por essa Beleza, por essa Bondade incompreensível... Como quisera prender os corações das criaturas e sujeitá-las ao amor divino! Tu não conheces o céu que, pela misericórdia de Deus, possuo em meu coração. Sim, em minha alma tenho um céu, porque Deus está em minha alma, e Deus é o céu.Ama e faze o bem para possuir o bem imutável, o Bem infinito, o único que pode preencher e satisfazer tua vontade. Que posso eu? Nada. Absolutamente nada. Une-te a mim no agir, a fim de não ter outro motivo em nossos atos senão Deus. Mas nos separamos se não ages por Ele. Pois que abismo maior pode haver entre as obras feitas por Deus e as que se fazem por uma criatura!Quando alguém ama, só pode falar do objeto amado. Ainda mais quando o objeto amado reúne em si todas as perfeições possíveis. Não sei como fazer outra coisa senão contemplá-lo e amá-lo. Que queres, se Jesus Cristo, este Louco de amor, me tornou louca? É um martírio o que padeço ao ver que corações nobres e bem nascidos, corações capazes de amar o bem, não amem o bem imutável; que corações agradecidos para com as criaturas não sejam para com Aquele que os sustenta, que lhes dá a vida e os ampara, que lhes dá e lhes deu tudo, até dar-se a Ele mesmo.Pensa tranqüilamente quem é Deus e quem és tu, e tudo o que lhe deves. Vai a uma igreja, onde Jesus solitário te fale ao coração em místico silêncio. Une-te a mim. Acompanhemos o Deus abandonado e peçamos-lhe nos dê seu santo amor”.Santa Teresa de Los Andes, ocdCarta n°107Obras completas, Editorial Monte Carmelo

O amor esponsal de Santa Clara de Assis




“Santa Clara fez-se esposa do Senhor dos senhores porque se sentiu profundamente afeiçoada pelo Seu irrestrito amor. Por divina inspiração, Clara renunciou a todos os outros amores possíveis para poder entregar-se inteiramente ao único esposo Jesus Cristo. Em outras palavras, com todas as fibras do seu coração, procurou evitar que ‘toda soberba, vanglória, inveja, avareza, cuidado e solicitude deste mundo’(RSC 10,6) desviassem o seu coração do único necessário: Jesus Cristo. Assim, conservando o seu corpo casto e virginal, sem nada de próprio, acolhe Jesus no claustro de seu seio. Por conseguinte, Clara revive espiritualmente o mistério da mãe do Senhor, que humildemente dispôs-se à ação transformadora do Espírito Santo e tornou-se efetivamente a mãe do Filho do altíssimo Pai.Clara retrai-se do corre-corre da ‘cidade’ e recolhe-se no santuário de sua alma para ali, na mais pessoal e individual solidão, encontrar-se a sós com o Amado. No tálamo do seu coração, no silêncio dos sentidos e do intelecto deixa-se enlevar tanto pelo amor do Amado, ou melhor, do Amante, que todo o seu afeto, amor, carinho, atenção e serviço às suas Irmãs, aos pobres e doentes são manifestações concretas de sua uniformidade com o Espírito de Cristo.Parte da Segunda Carta de Santa Clara a Santa Inês de Praga:‘Agradeço ao Doador da graça, do qual cremos que procedem toda dádiva boa e todo dom perfeito (Tg 1,17), pois adornou-a com tantos títulos de virtude e a fez brilhar em sinais de tanta perfeição, para que, feita imitadora atenta do Pai perfeito (cf. Mt 5,48), mereça ser tão perfeita que seus olhos não vejam em você nada de imperfeito (cf. Sl 138,16).É essa perfeição que vai uni-la ao próprio Rei no tálamo celeste, onde se assenta glorioso sobre um trono estrelado. Desprezando o fausto de um reino da terra, dando pouco valor à proposta de um casamento imperial, você se fez seguidora da santíssima pobreza em espírito de grande humildade e do mais ardente amor, juntando-se aos passos daquele com quem mereceu unir-se em matrimônio.Veja como por você ele (o Cristo pobre) se fez desprezível e siga-o, sendo desprezível por ele neste mundo. Com o desejo de imitá-lo, mui nobre rainha, olhe, considere, contemple o seu esposo, o mais belo entre os filhos dos homens (Sl 44,3), feito por sua salvação o mais vil de todos, desprezado, ferido e tão flagelado em todo o corpo, morrendo no meio das angústias próprias da cruz. Se você sofrer com Ele, com Ele vai reinar’ (Fontes Franciscanas e Clarianas)”.

Anjos, ministros da liturgia celeste


O principal ministério dos anjos consiste em adorar, louvar e servir a Deus: “Anjos do Senhor, bendizei ao Senhor ... Exércitos do Senhor, bendizei ao Senhor; louvai-O e exaltai-O por todos os séculos” (Dan 3, 58-61). “Bendizei ao Senhor, vós todos os seus anjos, fortes e poderosos, que executais as suas ordens e obedeceis as suas palavras” (Si 102, 20). “Os Serafins estavam por cima do trono ... E clamavam um para o outro e diziam: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus dos exércitos” (Is 6,2-3).Os santos anjos desempenham assim a liturgia celeste:"E vi os sete anjos que estavam de pé diante de Deus ... E veio outro anjo, e parou diante do altar, tendo um turíbulo de ouro; e foram-lhe dados muitos perfumes, a fim de que oferecesse as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono de Deus. E o aroma dos perfumes das orações dos santos subiu da mão do anjo até à presença de Deus” (Apoc 8,2-4).Esses puros espíritos são, pois, ministros do altar e ministros do trono de Deus: eles cantam os louvores de Deus na presença do Altíssimo, e apresentam-Lhe as nossas preces e as nossas boas obras; ao mesmo tempo, descem até nós e nos trazem as graças e bênçãos divinas, verdade belamente expressa na visão da escada de Jacó: “(Jacó) teve um sonho: Uma escada se erguia da terra e chegava até o céu, e anjos de Deus subiam desciam por ela” (Gen 28, 12).Essa verdade, em termos práticos, significa que eles são intercessores poderosíssimos diante de Deus. A eficácia da intercessão angélica é testemunhada, entre muitas outras passagens da Escritura, por esta do livro do Profeta Zacarias: “E o anjo do senhor replicou e disse: Senhor dos exércitos, até quando diferirás tu o compadecer-te de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais te iraste? Este é já o ano septuagésimo. ... Isto diz o Senhor dos exércitos: Eu sinto um grande zelo por Jerusalém e por Sião... Portanto isto diz o Senhor: Voltarei para Jerusalém com entranhas de misericórdia” (Zac 1,12-16).Isto nos deve mover a recorrer sempre com fervor e cada mais a eles.

domingo, 5 de setembro de 2010

Papa Bento XVI fala sobre as 16 ordens mendicantes



Caros irmãos e irmãs No início do novo ano olhemos para a história do Cristianismo, para ver como se desenvolve uma história e como ela pode ser renovada. Nela podemos ver que os santos, guiados pela luz de Deus, são os autênticos reformadores da vida da Igreja e da sociedade. Mestres com a palavra e testemunhas com o exemplo, eles sabem promover uma renovação eclesial estável e profunda, porque eles mesmos são profundamente renovados, estão em contacto com a verdadeira novidade: a presença de Deus no mundo. Esta realidade consoladora, ou seja, que em cada geração nascem santos e trazem a criatividade da renovação, acompanha constantemente a história da Igreja no meio das tristezas e dos aspectos negativos do seu caminho. Com efeito, século após século vemos nascer também as forças da reforma e da renovação, porque a novidade de Deus é inexorável e dá sempre nova força para ir em frente. Assim aconteceu também no século XIII, com o nascimento e o desenvolvimento extraordinário das Ordens Mendicantes: um modelo de grande renovação numa nova época histórica. Elas foram chamadas assim, pela sua característica de "mendigar", ou seja, de recorrer humildemente ao sustento económico das pessoas para viver o voto da pobreza e desempenhar a sua missão evangelizadora. Das Ordens Mendicantes que surgiram naquele período, as mais famosas e as mais importantes são os Frades Menores e os Padres Pregadores, conhecidos como Franciscanos e Dominicanos. Eles foram chamados assim pelo nome dos seus Fundadores, respectivamente Francisco de Assis e Domingos de Guzman. Estes dois grandes Santos tiveram a capacidade de ler com inteligência "os sinais dos tempos", intuindo os desafios que a Igreja do seu tempo devia enfrentar. Um primeiro desafio era representado pela expansão de vários grupos e movimentos de fiéis que, embora inspirados por um desejo legítimo de vida cristã autêntica, se punham com frequência fora da comunhão eclesial. Estavam em profunda oposição com a Igreja rica e bonita que se tinha desenvolvido precisamente com o florescimento do monaquismo. Nas recentes Catequeses reflecti sobre a comunidade monástica de Cluny, que atraía cada vez mais jovens e portanto forças vitais, assim como bens e riquezas. Logicamente, num primeiro momento desenvolveu-se assim uma Igreja rica de propriedades e inclusive de imóveis. A esta Igreja opôs-se a ideia de que Cristo veio à terra pobre e que a verdadeira Igreja deveria ser precisamente a Igreja dos pobres; assim, o desejo de uma verdadeira autenticidade cristã opôs-se à realidade da Igreja empírica. Trata-se dos chamados movimentos pauperistas da Idade Média. Eles contestavam asperamente o modo de viver dos sacerdotes e dos monges dessa época, acusados de ter traído o Evangelho e de não praticar a pobreza como os primeiros cristãos, e estes movimentos opuseram ao ministério dos Bispos uma sua "hierarquia paralela". Além disso, para justificar as próprias escolhas, difundiram doutrinas incompatíveis com a fé católica. Por exemplo, o movimento dos Cátaros ou Albigenses voltou a propor antigas heresias, como a desvalorização e o desprezo do mundo material – a oposição contra a riqueza torna-se rapidamente oposição contra a realidade material enquanto tal – a negação da vontade livre, e depois o dualismo, a existência de um segundo princípio do mal equiparado com Deus. Estes movimentos tiveram sucesso, especialmente na França e na Itália, não só pela sua organização sólida, mas também porque denunciavam uma desordem real na Igreja, causada pelo comportamento pouco exemplar de vários representantes do clero. Na esteira dos seus Fundadores, os Franciscanos e os Dominicanos mostraram, ao contrário, a verdade do Evangelho como tal, sem se separar da Igreja; mostraram que a Igreja permanece o verdadeiro e autêntico lugar do Evangelho e da Escritura. Aliás, Domingos e Francisco hauriram a força do seu testemunho precisamente da sua comunhão com a Igreja e com o papado. Com uma escolha totalmente original na história da vida consagrada, os Membros destas Ordens não só renunciavam à posse de bens pessoais, como faziam os mongens desde a antiguidade, mas nem sequer queriam que terrenos e bens imóveis passassem para o nome da comunidade. Assim tencionavam dar testemunho de uma vida extremamente sóbria, para ser solidários com os pobres e confiar apenas na Providência, viver todos os dias da Providência, da confiança de se colocar nas mãos de Deus. Este estilo pessoal e comunitário das Ordens Mendicantes, unido à adesão total ao ensinamento da Igreja e à sua autoridade, foi muito apreciado pelos Pontífices dessa época, como Inocêncio III e Honório III, que ofereceram o seu pleno apoio a estas novas experiências eclesiais, reconhecendo nelas a voz do Espírito. E os frutos não faltaram: os grupos pauperistas que se tinham separado da Igreja voltaram a entrar na comunhão eclesial ou, lentamente, redimensionaram-se até desaparecer. Também hoje, embora vivamos numa sociedade em que muitas vezes prevalece o "ter" sobre o "ser", somos muito sensíveis aos exemplos de pobreza e de solidariedade, que os crentes oferecem com opções intrépidas. Também hoje não faltam iniciativas semelhantes: os movimentos, que começam realmente a partir da novidade do Evangelho e vivem-no com radicalidade no hoje, colocando-se nas mãos de Deus, para servir o próximo. O mundo, como recordava Paulo VI na Evangelii nuntiandi, ouve de bom grado os mestres, quando eles são também testemunhas. Trata-se de uma lição que nunca pode ser esquecida na obra de difusão do Evangelho: viver primeiro aquilo que se anuncia, ser espelho da caridade divina. Franciscanos e Dominicanos foram testemunhas, mas inclusive mestres. Com efeito, outra exigência difundida na sua época era a da educação religiosa. Não poucos fiéis leigos, que habitavam nas cidades em vias de grande expansão, desejavam praticar uma vida cristã espiritualmente intensa. Portanto, procuravam aprofundar o conhecimento da fé e ser orientados no árduo mas entusiasmante caminho da santidade. Felizmente, as Ordens Mendicantes souberam ir ao encontro também desta necessidade: o anúncio do Evangelho na simplicidade e na sua profundidade e grandeza erra uma finalidade, talvez a finalidade principal deste movimento. Efectivamente, dedicaram-se à pregação com grande zelo. Os fiéis eram muito numerosos, com frequência verdadeiras multidões, que se congregavam para ouvir os pregadores nas igrejas e nos lugares ao ar livre, pensemos por exemplo em Santo Agostinho. Tratavam-se temas próximos da vida das pessoas, sobretudo a prática das virtudes teologais e morais, com exemplos concretos, facilmente compreensíveis. Além disso, ensinavam-se formas para alimentar a vida de oração e de piedade. Por exemplo, os Franciscanos difundiram muito a devoção à humanidade de Cristo, com o compromisso de imitar o Senhor. Então, não surpreende o facto de que os fiéis eram numerosos, homens e mulheres que escolhiam fazer-se acompanhar no caminho cristão por frades Franciscanos e Dominicanos, directores espirituais e confessores procurados e estimados. Assim nasceram associações de fiéis leigos que se inspiravam na espiritualidade de São Francisco e de São Domingos, adaptada à sua condição de vida. Trata-se da Terceira Ordem, tanto franciscana como dominicana. Por outros termos, a proposta de uma "santidade laica" conquistou muitas pessoas. Como recordou o Concílio Ecuménico Vaticano II, o chamamento à santidade não está reservado a alguns, mas é universal (cf. Lumen gentium, 40). Em todas as condições de vida, segundo as exigências de cada uma delas, encontra-se a possibilidade de viver o Evangelho. Também hoje cada cristão deve tender para a "medida alta da vida cristã", seja qual for a condição de vida a que pertence! A importância das Ordens Mendicantes aumentou tanto na Idade Média, que Instituições laicas, com as organizações do trabalho, as antigas corporações e as próprias autoridades civis recorriam com frequência aos conselhos espirituais dos Membros de tais Ordens para a redacção dos seus regulamentos e, às vezes, para a solução de contrastes internos ou externos. Os Franciscanos e os Dominicanos tornaram-se os animadores espirituais da cidade medieval. Com grande intuição, eles puseram em acção uma estratégia pastoral adequada às transformações da sociedade. Dado que muitas pessoas se transferiam dos campos para as cidades, eles construíram os seus conventos já não em áreas rurais, mas urbanas. Além disso, para desempenhar a sua actividade em benefício das almas, era necessário deslocar-se em conformidade com as exigências pastorais. Com outra escolha totalmente inovativa, as Ordens Mendicantes abandonaram o princípio de estabilidade, clássico do monaquismo antigo, para escolher outro modo. Menores e Pregadores viajavam de um lugar para outro, com fervor missionário. Por conseguinte, organizaram-se de modo diverso em relação à maior parte das Ordens monásticas. No lugar da autonomia tradicional de que gozava cada mosteiro, eles deram mais importância à Ordem enquanto tal e ao Superior-Geral, bem como à estrutura das províncias. Assim os Mendicantes estavam mais dispostos às exigências da Igreja Universal. Esta flexibilidade tornou possível o envio dos frades mais preparados para o cumprimento de missões específicas e as Ordens Mendicantes chegaram à África setentrional, ao Médio Oriente e ao Norte da Europa. Com esta flexibilidade, o dinamismo missionário foi renovado. Outro grande desafio era representado pelas transformações culturais em curso naquele período. Novas questões estimularam o debate nas universidades, que nasceram no final do século XII. Menores e Pregadores não hesitaram em assumir também este compromisso e, como estudantes e professores, entraram nas universidades mais famosas dessa época, erigiram centros de estudos, produziram textos de grande valor, deram vida a verdadeiras escolas de pensamento, foram protagonistas da teologia escolástica no seu período melhor e incidiram significativamente no desenvolvimento do pensamento. Os maiores pensadores, S. Tomás de Aquino e São Boaventura, eram mendicantes e trabalharam precisamente com este dinamismo na nova evangelização, que renovou também a coragem do pensamento, do diálogo entre razão e fé. Também hoje existe uma "caridade da e na verdade", uma "caridade intelectual" a exercer, para iluminar as inteligências e conjugar a fé com a cultura. Caros fiéis, o compromisso assumido pelos Franciscanos e pelos Dominicanos nas universidades medievais é um convite a tornar-se presente nos lugares de elaboração do saber, para propor, com respeito e convicção, a luz do Evangelho sobre as questões fundamentais que se referem ao homem, à sua dignidade e ao seu destino eterno. Pensando no papel dos Franciscanos e Dominicanos na Idade Média, na renovação espiritual que suscitaram, no sopro de vida nova que comunicaram no mundo, um monge disse: "Naquela época o mundo envelhecia. Surgiram duas Ordens na Igreja, cuja juventude renovaram, como a de uma águia" (Burchard d'Ursperg, Chronicon). Estimados irmãos e irmãs, invoquemos precisamente no início deste ano o Espírito Santo, eterna juventude da Igreja: ele faça com que todos sintam a urgência de oferecer um testemunho coerente e corajoso do Evangelho, a fim de que nunca faltem santos, que façam resplandecer a Igreja como esposa sempre pura e bela, sem manchas nem rugas, capaz de atrair irresistivelmente o mundo para Cristo, para a sua salvação.
Saudação Queridos peregrinos de língua portuguesa, possa o Espírito Santo suscitar no coração de cada um a urgência de oferecer ao mundo um testemunho coerente e corajoso do Evangelho. Que Deus abençoe cada um de vós e vossas famílias. Ide em Paz! Vaticano, 13 de Janeiro de 2010

Santa Clara nasceu em Assis, no dia 16 de julho de 1193. Seu nome era Chiara di Messere Favarone, nome que evocava a força da família nobre. Nobre de nascença, nobre de costumes. Um pai, senhor feudal e cavaleiro. Família que tinha um palácio na cidade e um castelo no campo. Bela de rosto e rica de bolso. Uma mãe, Hortolana, mulher culta, sensível, líder e viajada. O pai morre cedo e a vida de Clara é conduzida por um tutor, seu tio Monaldo. Uma biografia simples com final previsto para o comum: arrumar um marido influente, rico e nobre para dar continuidade à estirpe dos Ofredducci Favarone. Porém, aconteceu o oposto: a bela, e não despercebida Clara, é voltada para o espiritual, para a piedade, ama os pobres, é desapegada de sua herança, mistura-se com a vassalagem, acredita nos loucos sonhos de um jovem convertido que faz rumor em Assis, Francesco di Bernardone. Uma mulher prometida a cavaleiros, reis e príncipes, resolve prestar atenção num jovem deserdado pelo pai, que se desfaz do status de novo rico e resolve abraçar valores do Evangelho. Um mendigo penitente que vai criando um itinerário de vida. Mas não é o jovem que a atrai, mas sim o Evangelho percebido não como letra, mas como pessoa: Jesus, Francisco, leprosos, pequeninos, vermes do caminho e marginalizados. A Boa Nova não é só para monges, teólogos, clero, prelados e pregadores, a Boa Nova vale para todos os detalhes da bela Úmbria.A menina Clara, com treze anos começa a perceber isto. O jovem Francisco, com 25 anos já está de carne e osso, hábito roto e calos nas mãos, olhos brilhando, e uma incontida alegria, totalmente envolvido no projeto de fazer o Amor ser amado. Clara tinha um primo, Rufino, que fez estrada com Francisco. Quando completou 18 anos, ajudada por uma governanta, fugiu de casa para ser livre na escolha. Se casar com um da mesma classe social era sonho da sua família; amar todas as classes sociais, incondicionalmente, era um sonho seu, atrelado a um acolhimento divino. Foi juntar-se com Francisco e seus companheiros em Santa Maria dos Anjos. Antes mandou apoio, ajuda e boas energias para o grupo que já estava lá. Quando se juntou à Fraternidade primitiva, cortou os cabelos e os cordões umbilicais do seu brilhante passado de moça rica.Havia no ar a psicose da heresia que não a permitiu ser mulher entre homens penitentes. Foi viver um tempo num mosteiro de Beneditinas e depois, junto ao altar, presépio, cruz e eucaristia, ao Espírito Comum e Francisco, ao discernimento na prece, encontrou o seu lugar definitivo: cuidar da inspiração junto à Cruz de São Damião. Seu tio, cavaleiros a serviço da família procuraram, usando a força, levá-la de volta para a casa. Mulher que ama não conhece caminho de volta. Não tem retorno. Olha para a frente e abraça a vida de oração, silêncio, contemplação, ação, elementos de uma vocação que não diminuiu sua beleza e força de atração. Duas irmãs de sangue e sua mãe foram morar com ela no novo mosteiro. Nascia uma nova Ordem, as Damas Pobres, as Clarissas. Assim nasceu Clara de Assis, uma raiz forte da frondosa árvore que começou a ser semeada por Francisco de Assis.Clara foi mais irmã que abadessa; encarnou humildade e sobriedade, paciência e serviço, cuidou com bênção e carinho das irmãs enfermas e fracas. Fez penitência sorrindo e caridade abrindo o mosteiro para os arredores. Assis e o mundo olhavam estarrecidos aquela jovem decidida que abriu mão de riqueza, de baú de jóias e vestes, valores do mundo, para seguir apaixonadamente Jesus. Transformou a sua condição social em força espiritual: ser cristã é casar com o Deus humilde, pobre, crucificado. Mostrou que beleza é Espelho do Sagrado. Que clausura não é fechamento, mas abertura para a escolha mais livre de Amor. Clara de Assis é uma heroína do desapego. Escondeu-se para deixar transparecer uma Verdade Maior. Hoje é para nós uma luz de personalidade forte, atitudes generosas, sensibilidade, este modo histórico de como o sagrado feminino se revela. Não renunciou o Amor, apenas purificou a escolha: tornou-se vassala do Grande Rei.Muitos pensaram que era uma mulher frágil e manipulável por bulas, decretos, regras, protecionismo e propriedade curial. Ela mesma pediu um privilégio, garantido em 1228, de colocar tudo em comum sem acumular nada. Aprendeu com Francisco que ser pobre é pra valer: não ter nada mesmo para possuir a Única Riqueza que preenche o coração: Deus e a Fraternidade. Os dois foram os últimos da história a conseguir viver isto de um modo absoluto. Clara não ficou para a história como uma ex-rica. Permanece como uma mulher santa, irmã, esposa e mãe que guia vidas. Hoje tem mais de 21 mil seguidoras no mundo. O seu pobre mosteiro continua sendo uma mina de pedras preciosas lapidadas pelo Altíssimo. Nos últimos dias de sua vida escreveu uma Regra que muitos acham que é igualzinha a de Francisco; mas examinando bem é apenas um jeito de ser clara, de ser filha, de ser esposa, de ser irmã, de ser espelho do Evangelho. Não é apenas uma Regra de Vida Monástica, é um modo terno, forte e leal de organizar a vida seguindo o destino do Amado.

Zelo Eucarístico


Dois exemplos propícios aos nossos dias, onde se aproxima o tempo do grande ataque à Eucaristia, por hora velado, mas aceso e fervente. Muitos darão sua vida pela Eucaristia. Aqui exemplos de amor e zelo.(Uma história sobre o verdadeiro valor e zelo que devemos ter pela Eucaristia)Alguns meses antes de sua morte, o Bispo Fulton J. Sheen foi entrevistado pela rede nacional de televisão: "Bispo Sheen, milhares de pessoas em todo o mundo inspiram-se em você. Em quem você se inspirou? Foi por acaso em algum Papa?".O Bispo Sheen respondeu que sua maior inspiração não foi um Papa, um Cardeal, ou outro Bispo, sequer um sacerdote ou freira. Foi uma menina chinesa de onze anos de idade.Explicou que quando os comunistas apoderaram-se da China, prenderam um sacerdote em sua própria reitoria, próximo à Igreja. O sacerdote observou assustado, de sua janela, como os comunistas invadiram o templo e dirigiram-se ao santuário. Cheios de ódio profanaram o tabernáculo, pegaram o cálice e, atirando-o ao chão, espalharam-se as hóstias consagradas.Eram tempos de perseguição e o sacerdote sabia exatamente quantas hóstias havia no cálice: trinta e duas.Quando os comunistas retiraram-se, talvez não tivessem percebido, ou não prestaram atenção, a uma menininha, que rezando na parte detrás da igreja, viu tudo o que ocorreu. À noite, a pequena regressou e, escapando da guarda posta na reitoria, entrou no templo. Ali, fez uma hora santa de oração, um ato de amor para reparar o ato de ódio. Depois de sua hora santa, entrou no santuário, ajoelhou-se, e inclinando-se para frente, com sua língua recebeu Jesus na Sagrada Comunhão. (Naquele tempo não era permitido aos leigos tocar a Eucaristia com suas mãos).A pequena continuou regressando a cada noite, fazendo sua hora santa e recebendo Jesus Eucarístico na língua. Na trigésima noite, depois de haver consumido a última hóstia, acidentalmente fez um barulho que despertou o guarda. Este correu atrás dela, agarrou-a, e golpeou-a até mata-la com a parte posterior de sua arma.Este ato de martírio heróico foi presenciado pelo sacerdote enquanto, profundamente abatido, olhava da janela de seu quarto convertido em cela.Quando o Bispo Sheen escutou o relato, inspirou-se de tal maneira que prometeu a Deus que faria uma hora santa de oração diante de Jesús Sacramentado todos os dias, pelo resto de sua vida. Se aquela pequena pôde dar testemunho com sua vida da real e bela Presença do seu Salvador no Santíssimo Sacramento então, o bispo via-se obrigado ao mesmo. Seu único desejo desde então seria atrair o mundo ao Coração ardente de Jesus no Santíssimo Sacramento.A pequena ensinou ao Bispo o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia; como a fé pode sobrepor-se a todo medo e como o verdadeiro amor a Jesus na Eucaristia deve transcender a própria vida.O que se esconde na Hóstia Sagrada é a glória de Seu amor. Todo o mundo criado é um reflexo da realidade suprema que é Jesus Cristo. O sol no céu é apenas um símbolo do filho de Deus no Santíssimo Sacramento. É por isso que muitos sacrários imitam os raios de sol. Como o sol é a fonte natural de toda energia, o Santíssimo Sacramento é a fonte sobrenatural de toda graçaGertrudes Comensoli, santa da Eucaristia e da solidariedadeFundadora das irmãs do Santíssimo Sacramento será canonizada em 26 de abrilPor Carmen Elena VillaROMA, quarta-feira, 1º de abril de 2009 (ZENIT.org).- A Irmã Gertrudes Comensoli morreu enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento exposto. Em meio à sua doença terminal, pediu que abrissem uma janela do seu quarto ao lado da capela de sua comunidade, para poder olhar para a Eucaristia em seu leito de morte.O Papa Bento XVI a canonizará em 26 de abril, na Praça de São Pedro, junto a outros quatro beatos.Hoje seu corpo jaz incorrupto na capela da casa central da comunidade das Irmãs do Santíssimo Sacramento, localizada na cidade de Bérgamo, ao norte da Itália. Sua cabeça conserva a posição na qual morreu, contemplando a Eucaristia.Seu nome era Catarina. Ela nasceu em 1847. Cresceu em uma família simples e profundamente crente.«Desde menina, era muito sensível à contínua presença de Deus no meio dos homens através da Eucaristia e viveu o desejo do Senhor de cumprir o serviço do louvor para a salvação dos humanos», explica à Zenit o Pe. Riccardo Petroni, postulador de sua causa de canonização.Em 1862, entrou no instituto Filhas da Caridade, que teve de abandonar por problemas de saúde. Depois se consagrou à Companhia de Santa Ângela, como noviça.Buscando sempre o serviço aos mais necessitados, ela se converteu mais adiante na promotora da Guarda de Honra, uma associação que nasceu para difundir o culto ao Sagrado Coração.Os desafios de uma sociedade industrializadaCatarina tinha uma grande preocupação: a tradicional sociedade camponesa da Itália de fins do século XIX se transformava em uma sociedade industrial. As famílias tinham de enfrentar novas exigências trabalhistas. Dava-se uma grande degradação moral no ambiente. O que mais inquietava Catarina era que as excessivas horas de trabalho «não deixavam espaço para a alma».Vendo esta situação, Catarina assistiu em Roma a uma audiência privada com o Papa Leão XIII, que a alentou a que fizesse algo pela difícil situação social e moral que tanto estava afetando o mundo dos trabalhadores.Catarina não pôde conter o clamor de seu coração: «Era uma voz potente a que me chamava. Eu sentia uma grande pena por não tender a Deus e à prática das virtudes; provava como uma espécie de agonia nas conversas da noite», testemunha a santa em sua breve autobiografia.Assim fundou o Instituto de Adoração e Educação em 15 de dezembro de 1882. Recebeu a companhia e o conselho do Pe. Francesco Spinelli e o apoio do bispo de Bérgamo, Dom Gaetano Camillo Guindan.O primeiro objetivo era o da adoração perpétua, para que, graças à oração profunda, as religiosas pudessem projetar-se na ação de caridade para com os mais necessitados. Dois anos mais tarde, Catarina vestiu o hábito e tomou o nome de Irmã Maria Gertrudes do Santíssimo Sacramento.«As irmãs se comprometeram em fazer que os empregos não constituíssem um risco para a salvação da alma e não fossem em abandono ou em detrimento daqueles valores sobrenaturais que pertenciam ao tecido cristão e social da Itália daquele tempo», assegura o Pe. Riccardo.Mas, sete anos depois, uma grande crise açoitou sua comunidade, quando o tribunal de Bérgamo declarou o instituto em quebra. «Meu Jesus, daqui a qualquer minuto virão recolher tudo. Os homens recolherão nossas coisas. Tu, recolhe meu coração em teu dulcíssimo e amável coração», escrevia a Irmã Gertrudes.O bispo daquela época, Dom Giambattista Rota, estendeu-lhe a mão e ela recebeu assim uma nova casa central. Desta maneira, a congregação teve os recursos para retomar seu caminho.Em 1900, o Instituto das irmãs do Santíssimo Sacramento recebeu o primeiro reconhecimento pontifício por parte de Leão XIII.Hoje são 90 comunidades presentes na Itália, Brasil, Equador, Quênia, Maláui, Bolívia e Croácia. Nutridas do amor pela Eucaristia, desenvolvem seu serviço cotidiano nas obras assistenciais, educativas e litúrgicas. A futura santa morreu em 1903. João Paulo II a beatificou em 1989.«Jesus Cristo vive no meio de nós para estar sempre perto, disposto a ajudar-nos. O amor o faz prisioneiro em uma hóstia, escondido dia e noite no santo tabernáculo. Ele tem suas delícias na luz inacessível do Pai e, contudo, encontra sua delícia ao estar com os homens», escreveu a futura santa.

Credo de Santo Atanásio



Este credo, apesar do nome, foi divulgado por Santo Ambrósio, foi incluído na liturgia, é autêntica profissão de fé e é totalmente reconhecido pela Igreja Católica.1. Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica.2. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade.3. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus.4. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.5. Porque uma so é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.6. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade.7. Tal como é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.9. O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.11. E contudo não são três eternos, mas um só eterno.12. Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.13. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.14. E contudo não são três onipotentes, mas um só onipotente.15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.16. E contudo não são três deuses, mas um só Deus.17. Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.18. E contudo não são três senhores, mas um só Senhor.19. Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.20. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.21. O Filho procede do Pai; não foi feito, nem criado, mas gerado.22. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho.23. Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.24. E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são coeternas e iguais entre si.25. De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade e a Trindade na unidade.26. Quem, pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.27. Mas, para alcancar a salvacão, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.28. A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.29. É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua Mãe.30. Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana.31. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade.32. E embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo.33. É um, não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade.34. Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.35. Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.36. Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.37. Subiu aos Ceus e está sentado a direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.38. E quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta dos seus atos.39. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.40. Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar".

Terço á Nossa Senhora da Salette

Rosário de Nossa Senhora da SaletteA oração do Rosário, já rezada por tantas gerações, tem urna força de vida muito própria. Ela nos possibilita penetrar os grandes mistérios de nossa vida e de nossa fé. Muitas mulheres e homens, jovens e crianças encontraram nesta forma de oração um novo alento e uma renovada esperança para as suas vidas.Venha você também trilhar neste caminho...Deixe-se tocar por esta mensagem de vida e de salvação.Rezar e rezar bem o Rosário é uma graça de Deus. Entre na 'escola de Maria' seguindo os passos de Jesus. Você poderá encontrar na oração do Rosário, uma fonte abundante para saciar a sede de uma vida mais plena, fundamentada no Amor de Deus, sob o manto sagrado da Virgem Maria...PE. ILDEFONSO SALVADEGO, MSPároco da Paróquia Santuário de Nossa Senhora da SaletteNa escola de Maria, contemplar os mistérios de Cristo."O Rosário da Virgem Maria, que ao sopro do Espírito Santo foi formando gradualmente no segundo Milênio, é a oração amada por numerosos santos e estimulada pelo Magistério. Na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no Terceiro Milênio recém iniciado, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade. Ela enquadra-se perfeitamente no caminho espiritual de um cristianismo que, passados dois mil anos, nada perdeu de seu frescor original, e sente-se impulsionado pelo Espírito de Deus a "fazer-se ao lago" para reafirmar, melhor "gritar" Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como "caminho, verdade e vida" (Jo 14,6), como 'o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização.'O Rosário, de fato, ainda que caracterizado pela fisionomia Mariana, no seu âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio. Nele ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu ven- tre virginal. Com ele, o povo cristão freqüenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo c na experiência da profundidade do seu Amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor".PAPA JOÃO PAULO II Rosarium Virginis Mariae16 de outubro de 2002ROSÁRIO DE NOSSA SENHORA DA SALETTEEste pequeno livro é dedicado à oração. Assim, este mesmo espirito orante deve estar presente em você ao usá-lo. A oração é uma das formas que temos para estar diante de Deus com pedidos e agradecimentos e é também uma atitude que une a comunidade cristã num só caminho e numa só caminhada. Rezar este ROSÁRIO é fazer da história de Jesus, motivos verdadeiros de esperança e fé. Sem contar que, ao rezarmos o Pai Nosso e a ave-maria, estaremos lembrando, do modo especial, do dizer de Nossa Senhora da Salette: "Meus filhos, é preciso rezar mais e rezar melhor...". Em suas mãos, na frente de seus olhos há um tesouro, leve-os até o seu coração. Unidos na oração.Pe. Adilson Batista Chio, MS Provincial dos Missionários de Nossa Senhora da Sallette.Curitiba - Maio 2004.--------------------------------------------------------------------------------COMO REZAR O ROSÁRIO DE NOSSA SENHORA DA SALETTE O rosário se compõe de 3 partes chamadas terços e cada parte tem 5 mistérios, isto é, 5 pontos importantes na vida de Jesus Cristo e sua Mãe: Na primeira parte meditamos os momentos da alegria de Jesus e de sua Mãe, na segunda parte refletimos sobre os sofrimentos e na terceira contemplamos a glória.Começa-se o terço com o Sinal da Cruz, o Creio, um Pai-Nosso e três Ave-Marias, em honra e desagravo à Santíssima Trindade.O Sinal da Cruz:Pelo Sinal da Santa Cruz + Livrai-nos Deus, nosso Senhor + dos nossos inimigos + Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Invocação do Espírito Santo: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e ascendei neles o fogo do vosso Amor.Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.Oremos: Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém.Oferecimento: Divino Jesus, nós vos oferecemos, este Rosário que vamos rezar, meditando os mistérios de nossa redenção. Concedei-nos, por intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, as virtudes que nos são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganharmos as indulgências desta Santa devoção. Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o Santíssimo Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria. Pela paz no mundo, pela conversão dos pecadores, pelas almas do purgatório, pelas intenções do Santo Padre, pelo aumento e santificação do Clero, pelo nosso Pároco, pela santificação das Famílias, pelas Missões, pelos doentes, pelos agonizantes, por aqueles que pediram nossas orações, por todas as nossas intenções.O CREIO: Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Poncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu a mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde ha. de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.Homenagem à Ssm. Trindade: Um Pai Nosso, três Ave-Marias e um Glória, a primeira Ave-maria em honra a Deus Pai que nos criou (caridade), a Segunda em honra ao Deus Filho que nos remiu (esperança) e a terceira ao Deus Espírito Santo que nos santifica (fé).O PAI-NOSSO: Pai-Nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino e seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal. Amém.A Ave-Maria: Ave-Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós os pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém.O Glória: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.Jaculatória entre Mistérios: O meu bom Jesus, perdoai-nos. Livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem (da sua misericórdia).OUAbençoai o Santo Padre o Papa, o clero, as nossas famílias e dai-nos a Paz.OUNossa Senhora da Salette, reconciliadora dos pecadores.Rogai sem cessar por nós que recorremos a vós.OUSagrada Família - Rogai Por nós!Nossa Sra. Aparecida - Rogai por nós!São Pedro e São Paulo - Rogai por nós!Sant'Ana e São Joaquim - Rogai por nós!Santa Terezinha - Rogai Por nós!São José - Rogai Por nós!OUOh! Cheia de graça, cheia de Luz!Ave-Maria a Mãe de Jesus!--------------------------------------------------------------------------------Mistérios da alegria (gozosos)(Segundas-feiras e Sábados) A característica destes Mistérios é convidar a todos a participar da alegria irradiada sobre o mundo pelos acontecimentos da Encarnaçã.Nossa Senhora da Salette nos convida a superar o medo e viver com alegria a nossa vocação cristã.--------------------------------------------------------------------------------Primeiro Mistério Gozoso "Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade."No primeiro mistério, contemplamos a anunciação do Arcanjo São Gabriel a Nossa Senhora. (Lc 1, 26-38)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E 1 GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Segundo Mistério Gozoso"Se se converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo."No segundo mistério, contemplamos a visita de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel . (Lc 1, 39-56)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E 1 GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Terceiro Mistério Gozoso"Se quero que meu Filho não vos abandone, sou incumbida de suplicá-lo sem cessar, e, quanto a vós, nem fazeis caso."No terceiro mistério, contemplamos o nascimento de Jesus na pobre gruta de Belém. (Lc 2, 1-21)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Quarto Mistério Gozoso"Os carroceiros não sabem jurar sem usar o nome de meu Filho."No quarto mistério, contemplamos a Apresentação do menino Jesus no templo, e Simeão louva a Deus. (Lc 2, 22-38)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Quinto Mistério Gozoso"Dei-vos seis dias para trabalhar, reservei- me o sétimo, e não mo querem conceder."No quinto mistério, contemplamos o encontro de Jesus no templo entre os doutores. (Lc 2, 40-50)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Mistérios da Luz (Luminosos)(Quintas-feiras) Por estes Mistérios entramos cm contato com Jesus em sua vida Pública, que manifesta a presença de Deus, luz para a vida do mundo.Nossa Senhora da Salette aparece envolta em luz. Luz do Cristo Ressuscitado e nos faz reviver nossas "terras de Coin" onde se manifesta a Providência de Deus.--------------------------------------------------------------------------------Primeiro Mistério Luminoso "Durante o inverno, quando não sabem o que fazer, vão à missa só para zombar da religião." No primeiro mistério, contemplamos o Batismo de Jesus no Rio Jordão, por São João Batista. (Mt 3,13-17)1 Pai Nosso, 10 Ave-marias e 1 Glória--------------------------------------------------------------------------------Segundo Mistério Luminoso"Não Compreendeis, meus filhos! Vou dizê-lo de outro modo."No segundo Mistério, contemplamos a revelação de Jesus nas Bodas de Caná. (Jo 2,1-12)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E 1 GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Terceiro Mistério Luminoso"Nunca vistes trigo estragado, meus filho.No terceiro Mistério, contemplamos o anúncio do Reino de Deus e o convite à conversão. (Mc 1, 14-15)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E 1 GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Quarto Mistério Luminoso"Mas tu, meu filho, tu deve tê-lo visto uma vez, perto de Coin, com teu pai... Ele tomou duas ou três espigas de trigo entre as mãos, esfregou-as e tudo caiu em pó..."No quarto Mistério contemplamos a transfiguração de Jesus no Monte Tabor. (Lc 9,28-36)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E 1 GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Quinto Mistério Luminoso""...Lembra que teu pai te deu um pedaço de pão dizendo-te:' Toma, meu filho, come pão este ano, pois não sei quem deles comerá no ano próximo, se o trigo continuar assim'...No quinto Mistério contemplamos a Instituição da Eucaristia na Última Ceia. (Lc 22,14-23)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E 1 GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Mistérios da dor (Dolorosos) (Terças e Sextas-feiras) Estes Mistérios nos ajudam a contemplar o grande Amor de Deus manifestado através da paixão e morte de Jesus, a maior revelação do amor eterno, misericordioso e fiel de Deus, fonte de nossa Salvação.Nossa Senhora da Salette aparece em lágrimas e nos convida à conversão a Deus e ao próximo.--------------------------------------------------------------------------------Primeiro Mistério Doloroso"Há quanto tempo sofro por vós!... Se quero que meu Filho não vos abandone, sou incumbida de suplicá-lo sem cessar por vós, e vós nem fazeis caso."No primeiro mistério, contemplamos a Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras. (Lc 22, 39-46)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Segundo Mistério Doloroso"Durante o verão, só algumas mulheres mais idosas vão à missa."No segundo mistério, contemplamos a Flagelação de Jesus Amarrado a uma coluna. ( Mc 15, 1-15)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Terceiro Mistério Doloroso"Os outros trabalham no domingo, durante todo o verão."No terceiro mistério, contemplamos a Coroação de espinhos em Nosso Senhor. (Mt 27, 27-30)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Quarto Mistério Doloroso"Durante o inverno...vão à missa só para zombar da religião."No quarto mistério, contemplamos a Subida dolorosa de Jesus ao Calvário. (Mc 15, 20-23; Lc 23, 26-32)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Quinto Mistério Doloroso"...É isto que torna tão pesado o braço de meu Filho."No quinto mistério, contemplamos a crucifixão e morte de Jesus. (MT 27, 45-50; Jo 19, 18-24)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Mistérios da glória (Gloriosos)(Quartas-feiras e domingos) Contemplamos nestes Mistérios a Ressurreição e a Ascensão de Jesus e a Glorificação de sua Mãe Santíssima. Por eles, o Cristão redescobre as rezões da própria fé.Maria em Salette nos lembra da importância e da qualidade de nossa oração e do nosso compromisso missionário.--------------------------------------------------------------------------------Primeiro Mistério Glorioso"Fazeis bem vossa oração, meus filhos"No primeiro mistério, contemplamos a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. (Mt 28, 1-15; Jo 24, 1-18).1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.--------------------------------------------------------------------------------Segundo Mistério Glorioso"Ah! Meus filhos, é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã."No segundo mistério, contemplamos a Ascensão admirável de Jesus Cristo ao Céu. (Mc 16,19-20; Lc 24,50-53)1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA

Terceiro Mistério Glorioso"Quando puderdes rezar mais, dizei."No terceiro mistério, contemplamos a Vinda do Espírito Santo sobre a Virgem Santíssima e os apóstolos. (At 2, 1-13) 1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA

Quarto Mistério Glorioso"Por mais que rezeis, por mais que façais, jamais podereis recompensar a aflição que sofro por vós."No quarto mistério, contemplamos a Gloriosa Assunção de Maria ao Céu.1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA

Quinto Mistério Glorioso"Pois bem, meus filhos, comunicareis isso a todo o meu povo."No quinto mistério, contemplamos a coroação de Nossa Senhora como rainha do céu e da terra.1 PAI-NOSSO, 10 AVE-MARIAS E l GLÓRIA.

AGRADECIMENTOS Infinitas graças vos damos, Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossas mãos liberais. Dignai-vos agora e para sempre tomar-nos debaixo do vosso poderoso amparo e para mais vos louvar saudamos com uma:SALVE RAINHASalve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de Lágrimas. Eia, pois, advogada nossa esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos a Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce, sempre Virgem Maria.V - Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,R - Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

LADAINHA DE NOSSA SENHORA DA SALETTE

- Nossa Senhora da Salette, Virgem Mãe de Deus.TODOS: ROGAI POR NÓS.- Nossa Senhora da Salette, Mãe de Cristo e Mãe dos homens...- Nossa Senhora da Salette, Mensageira da Nova Aliança...- Vós que brilhais com a claridade de Deus- Vós que apareceis como humilde serva- Vós que chorais sobre vossos filhos ingratos- Vós que nos libertais de todo o medo- Vós que nos recordais a palavra de Deus- Vós que carregais as correntes de nossas injustiças- Vós que nos despertais para as nossas responsabilidades- Vós que nos apresentais o Cristo Crucificado- Vós que nos engajais na preparação do Reino de Cristo- Vós que nos precedeis no caminho de nossas cruzes- Vós que nos conduzis ao Cristo ressuscitado- Vós que estais ornada de rosas de Glória- Vós, a "Mulher vestida de sol e de estrelas"- Nossa Senhora da Salette, Filha do Povo de Deus.- Mãe do único Senhor, a quem tudo é submetido...- Virgem ao pé da cruz do Filho Salvador,- Mulher atenta aos que são abandonados.- Súplica viva que não pára de interceder por nós- Amor tão forte que nós jamais podemos recompensar- Mãe, no meio de nossos trabalhos, nós esquecemos de santificar o dia que Deus reservou para seu louvor.TODOS: GUIAI-NOS, Ó MARIA, AO DEUS DA VIDA.- MÃE, nós desprezamos o nome de Jesus, vosso Filho, única pessoa que nos pode salvar...- MÃE, nós desperdiçamos tantas energias, procurando coisas neste mundo que passa...- MÃE, nós deixamos as uvas apodrecerem e o pão é dado aos animais, enquanto muitos irmãos nossos morrem de fome.- MÃE, nós não soubemos ver vosso Filho como nossa esperança dentro de nossos desesperos.- MÃE, converte nossos corações para que construamos a paz na justiça e no amor.- MÃE, ensinai-nos a repartir, todos as dias e sempre, o pão da páscoa nova- MÃE, ensinai-nos a repartir com os famintos o pão da vida que revela o amor de Deus Pai- MÃE, nós queremos comunicar ao vosso povo a alegria da BOA-NOVA.Nossa Senhora da Salette, Reconciliadora dos pecadores.TODOS: ROGAI SEM CESSAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS.OREMOS:Senhor Jesus Cristo, na hora de vossa morte na cruz quisestes que nos tornássemos convosco, filhos da Virgem Maria: por sua fé inabalável, por sua prece incessante e sua atenção maternal, que ela nos leve a vos seguir até a glória da ressurreição, desde agora e para sempre. Amém

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA DA SALETTE

LEMBRAI-VOS, Ó Nossa Senhora da Salette, das lágrimas que derramastes por nós, no Calvário. Lembrai-vos também do cuidados que, sem cessar, tendes por vosso povo, a fim de que, em nome de Cristo, se deixe reconciliar com Deus. E vede se, depois de tanto terdes feito por vossos filhos, podeis agora abandoná-los. Reconfortados por vossa ternura, ó Mãe, eis-nos aqui, suplicantes, apesar de nossa infidelidade e ingratidão. Não rejeiteis nossa oração, ó Virgem Reconciliadora, mas volvei nosso coração para vosso, Filho.Alcançai-nos a graça de amar Jesus acima de tudo, e de vos confortar por uma vida de doação, para a glória de Deus e o amor de nossos irmãos. AMÉM.Nossa Senhora da Salette, Reconciliadora dor pecadores,R - Rogai sem cessar por nós que recorremos a vós!

ORAÇÃO VOCACIONAL

Nossa Senhora da Salette, vosso Filho morreu na Cruz para reconciliar o mundo, acabar com as barreiras que nos separam os conflitos que nos destroem.Ó Virgem Reconciliadora a mensageira da misericórdia divina, lançai um olhar compassivo sobre as Congregações nascidas de vossa Aparição f encarregadas de "comunicar a todo o vosso povo" o apelo à reconciliação.Por vossa poderosa intercessão, obtende-nos de vosso Filho, numerosas vocações sensíveis às angústias do mundo e disponíveis para servir ao seu desígnio de paz e reconciliação universal. Amém! Nossa Senhora da Sallete, Reconciliadora dos pecadores!Rogai, sem cessar por nósque recorremos a vós!

São Francisco Propulsor da Paz e do Bem


Neste 4 de outubro, Solenidade de Nosso Seráfico Pai São Francisco, terão início as comemorações em todo o mundo pelo Oitavo Jubileu de Fundação da Ordem Franciscana. Ou seja, há oito séculos um grupo de doze homens se apresentou ao Papa Inocêncio III para pedir-lhe que reconhecesse e aprovasse seu projeto de vida evangélica, a "Proto-regra". "E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do santo Evangelho. E eu o fiz escrever com poucas palavras e de modo simples, e o senhor Papa mo confirmou" (Test 14-15).Este Especial quer indicar alguns textos que podem servir de subsídios para entender este tempo da graça das origens e também para celebrar o Santo que exerce um fascínio tão grande sobre os homens, de tal modo que, São Francisco não é um patrimônio religioso exclusivo da Ordem Franciscana ou da Igreja Católica, mas está além das fronteiras do Cristianismo. Grande parte são textos oficiais ou documentos da Ordem e, para completar, um pouco mais do que se escreve sobre o Poverello de Assis.O documento da FFB, "Reviver o Sonho de Francisco e Clara de Assis no chão da América Latina e Caribe", conclui magistralmente ao falar deste Jubileu. "Ao celebrarmos 800 anos do Carisma Franciscano temos a ocasião de reacender em nós a chama do carisma, sopro do Espírito, que um dia irrompeu em Francisco e Clara, suscitando em torno deles a numerosa família de irmãos e irmãs, à qual temos a graça de pertencer. Que Francisco e Clara, paradigmas luminosos do peregrinar evangélico, invoquem sobre nós o Espírito que os conduziu, como Elias o invocou sobre Eliseu. E que assim possamos reviver o sonho de Francisco e Clara no chão da América Latina e Caribe: sermos presenças evangélicas, fraternas, densamente humanas, que procuram recriar, neste Continente, uma história parecida com a que eles viveram nos distantes primórdios. E isto, por estarmos, eles e nós, animados do mesmo Espírito e seguindo os passos do mesmo Jesus Cristo, humilde e servidor".A Carta da Conferência da Família Franciscana (CFF), assinada pelos Ministros Gerais (superiores maiores) de todas as ordens franciscanas, com data de 29.11.2006, lembrou que este duplo movimento – ações de graças pelo chamar novamente a viver o Evangelho e a purificação da memória como reconhecimento das sombras da nossa família – deve nos levar a afrontar o desafio da refundação. “A experiência de oito séculos nos ensina que, como Francisco, temos sempre que retomar de novo o nosso itinerário de penitência evangélica que é a conversão, pôr em prática com gestos concretos para encarnar com a vida, pessoal e comunitária de cada dia, qualquer coisa da novidade e da juventude do Evangelho. Desde o primeiro século da nossa história, não temos cessado de “renascer”. (cf. Jo 3,3), como é testemunhado ainda hoje pelos nossos diferentes ramos e pelas centenas dos nossos Institutos. E é por isto que devemos alcançar as raízes, os “fundamentos”, ou seja, descobrir a maravilha da “força de Deus”, o Evangelho (Rm 1,16), a boa nova do Amor de Deus por nós e da comunhão com Ele, que a nós se oferece. Só sobre tal fundamento se pode construir um edifício sólido, uma verdadeira comunidade em missão na Igreja e no mundo. Este momento de graça - kairós - que vivemos no presente, nos coloca à prova, nos revelando a nossa fraqueza, mas nos convidando sobretudo a contar com o poder de Deus”, conclui.Por último, Frei Regis Daher, assinala: “O projeto celebrativo da Ordem “A Graça das origens”, propõe para os anos 2008-2009 a meta: “Com espanto e gratidão, celebrar o grande dom de nossa vocação, para que o restituamos através de palavras e da vida” (p.20-21). Talvez este restituir, mais do que uma forma de anunciar (através de palavras) e de cultivar (através da vida) o dom da própria vocação, seja o reconhecimento de que esse dom não nos é dado numa única vez e de forma definitiva, mas que “ainda o recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda misericórdia [...] e quanto maior e mais perfeita, mais ao Pai é devida” (TestC 1-4)”.

O que é a perfeita alegria?


Um dia, enquanto São Francisco caminhava com Frei Leão, vindo de Perusa para Santa Maria dos Anjos, durante um rigorosíssimo inverno, Francisco o chamou, pois o seu companheiro andava mais a frente e lhe disse:“Irmão Leão, ainda que o frade menor desse o maior exemplo de santidade e de boa edificação, em toda a terra, escreve que nisso não está a perfeita alegria”. E andando mais um pouco torna a o chamar:“Ó Irmão Leão, ainda que o frade menor curasse os cegos, os paralíticos, os surdos, os coxos, os mudos e mesmo ressuscitasse mortos de quatro dias, escreve que nisso não está a perfeita alegria”. Andando mais um pouco, Francisco grita com força: “Ó Irmão Leão, se o frade menor soubesse todas as línguas do mundo, todas as ciências, escrituras e profetizasse e revelasse as coisas futuras, os segredos das consciências, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.Indo mais adiante, São Francisco o chama novamente com força:”Ó Irmão Leão, ovelhinha de Deus, mesmo que o frade menor falasse a língua dos anjos e soubesse tudo sobre as estrelas e sobre as ervas e lhe fossem revelados todos os segredos da terra, dos pássaros, dos peixes, de todos os animais, homens, árvores, pedras, raízes e águas, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.E caminhando mais um pouco torna a o chamar em alta voz:”Ó Irmão Leão, ainda que o frade menor soubesse pregar como ninguém e convertesse todos os infiéis da terra, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.Francisco continuou falando assim durante duas milhas. Então, Frei Leão, bastante admirado, perguntou-lhe: “Pai, peço-te por amor de Deus que me digas onde está a perfeita alegria”.Então, o santo respondeu: “Quando nós chegarmos ao convento de Santa Maria dos Anjos, totalmente molhados, tremendo de frio por causa da neve, cheios de lama e de fome e batermos na porta e o irmão-porteiro nos disser: “Quem são vocês?” E nós lhe dissermos que somos dois de seus irmãos, mas ele irritado falar: “Não são não! Vocês são dois vagabundos que andam enganando a todos por aí, roubando as esmolas dos pobres. Por isso, fora daqui!” E não nos deixar entrar no convento e fazer com que fiquemos na neve, na chuva e com frio e fome até de noite: então, se suportarmos tudo isso com alegria, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos contra ele e até pensarmos humildemente que o porteiro nos reconheceu e nos falou aquilo tudo com a permissão de Deus: aí, sim, irmão Leão, escreve que nisto está a perfeita alegria!”“Depois de tudo isso, irmão Leão, se continuarmos a bater na porta e ele sair do convento furioso e nos expulsar falando-nos muitas injúrias e nos der bofetas dizendo: “Fora daqui, seus ladrões vis, aqui ninguém lhes dará comida nem cama”. Se nós suportarmos tudo isso com paciência e alegria e de bom coração, escreve, irmão Leão, nisso está a perfeita alegria!”"“E ainda uma vez, por causa da fome e do frio da noite, batermos e chamarmos e pedirmos por amor de Deus com muitas lágrimas que nos abre a porta e nos deixe entrar e, se ele mais escandalizado nos chamar de vagabundos importunos e disser que nos pagará como mercemos e sair com um bastão nodoso na mão e nos agarrar pelo capuz e nos atirar ao chão e nos arrastar pela neve e nos bater muito; se suportarmos todas estas coisas com paciência e alegria, pensando em tudo o que Cristo bendito sofreu por nós; escreve, irmão Leão, que nisso está a perfeita alegria e ouve, pois, a conclusão: acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo, os quais Cristo sempre concede aos seus amigos, está o dom de conseguir vencer-se a si mesmo e, de boa vontade, suportar todas as injúrias e desprezos, lembrando sempre que todos os dons vêm de Deus, como nos diz o Apóstolo: “Que tens tu que não o haja recebido de Deus? E se recebeste dele, porque te glorias?”. Mas, irmão Leão, nós podemos nos gloriar na cruz da tribulação de cada aflição, porque isto sim é nosso!Foi também criada uma bela canção inspirada neste belo ensinamento de São Francico.Cai à tarde de inverno impiedoso,Francisco e Leão sob a neve caminham.Vão tornando a Santa Maria,Com fome e com frioAo final de outro dia.Frei Leão vai à frente, ligeiro,Frei Francisco o chama e lhe diz,Frei Leão toma notaSe queres saber, O que é a Perfeita Alegria,Se nós tivermos a graça de DEUSDe pregar o Evangelho e a CruzE por obras e exemplos pudermosLevar a Jesus.E convertermos os homens a fé.Até mesmo os de mau coraçãoFrei Leão isto ainda não é A Perfeita Alegria Imagine Leão que DEUS nos tenha dado.A graça de a todos curar.De fazer ver aos cegos, e aos coxos andar,Surdos ouvir e mudos falar.E que até os demônios fugissem,Ao comando de nosso olhar,E que os mortos nós ressuscitássemos.Isto não é a Perfeita Alegria:E se falássemos todas as línguasCom o dom de bem comunicar,Transformando os reinos da terraEm reinos de Paz.E se soubéssemos toda ciência.E os segredos da terra e do mar.Frei Leão isto ainda não éA Perfeita Alegria.Mas então, Pai FranciscoO que é a Perfeita Alegria?Se ao chegarmos ao nosso ConventoE batermos depressa e esperando entrar.E o porteiro do lado de dentro,Ao invés de abrir, põe-se assim a falar:Quem sois vós, que assim importunos,Nesta hora nos incomodais?Somos nós teus irmãosFrei Leão e FranciscoQue chegam e querem entrar.E Frei Leão Se o porteiro disser que é mentiraE que não abriráQue encontremos outro lugar Em um canto qualquer.E se nós diante da porta fechada,Sob a noite e a neve que cai,Conservarmos a pazIsto ainda não é a Perfeita Alegria.Mas se nós insistirmos em prantos que abra,Que tenha piedade de nós.Pois com fome e tão necessitados,Na noite não temos consolo e lugar.E se então o porteiro sair,Empunhando um bastão e gritar.E bater em você e em mim muito mais,Nos deixando no chão a chorar.E Frei Leão, Se for DEUS quem tal faz,Que nos deixa na noite e na cruz.Se entendermos que este abandonoImita a Jesus.E se nós diante da porta fechada,Sob a noite e a neve que cai,Conservarmos a paz,Isto é, a Perfeita Alegria.